Depois de atravessar o mar, chegaram na terra dos gadarenos (que eram uns riquinhos da região). Pois foi só Jesus descer do barco que já começou a festa. Um encapetado que ficava no cemitério veio em sua direção gritando feito louco. Os playbas já tinham tentado prender o maluco com correntes e algemas, mas ele destruía tudo como se fosse o Incrível Hulk. O cara andava como se fosse um zumbi, dia e a noite gritando pelas ruas e nos cemitérios, se machucando com o que encontrasse ao alcance da mão.
Mas, ao ver Jesus, o capeta já se colocou no seu devido lugar. E dizia: “Filho do Deus Altíssimo! Que diabos foi que eu fiz dessa vez? Dá um desconto e não acaba comigo antes da hora, vai!”. Jesus, que havia dito pro capeta vazar, perguntou como ele chamava (o capeta). E ele respondeu: “meu nome é Político Corrupto, porque somos muitos”. E implorava pra não ser destruído pelo poder de Deus, desejando que fosse enviado pra uns porcos que tavam ali perto.
Jesus autorizou e o Político Corrupto foi parar nos porcos. Imediatamente, eles começaram a ficar loucos e saíram correndo, desabando num abismo ali perto. Morreram todos afogados no mar, porque porco bom é porco morto (e viva o bacon!).
Os criadores de porcos fugiram de medo, enquanto o cara que ficava encapetado estava agora perfeitamente normal, sentado e conversando como um ser humano direito. O resto da cidade, quando ouviu essa história, resolveu pedir pra Jesus ir embora.
O ex-encapetado queria ir embora junto com Jesus, mas ele não permitiu. Mandou que voltasse pra casa e contasse pra todo mundo o quanto Deus tinha sido generoso com ele. Então o cara obedeceu e deixou todo mundo em Decápolis pirando o cabeção ao ouvir sua história.
Obedecendo o pedido para que fosse embora, Jesus subiu no barco e vazou de novo com seus discípulos. Do outro lado já tinha um monte de gente esperando. Junto do povo, havia um dos líderes da igreja local, chamado Jairo. Ao ver Jesus, se jogou nos pés dele e implorava pra que fizesse aqueles passes mágicos pra curar sua filha que estava muito doente. Como Jesus era um cara bem legal, foi na mesma hora.
No caminho pra casa de Jairo, uma mulher que sofria de uma menstruação infinita que já durava doze anos ouviu falar de Jesus, imaginando que, se apenas tocasse nele, poderia ser curada. Esse era o desespero de quem já havia tentado tudo quanto é coisa pra se curar, mas nem médico, nem simpatia e nem mandinga alguma tinham sido suficientes pra curá-la. E quanto mais tentava ser curada, pior ficava. Aí, discretamente, entrou no meio do povão pra dar uma encostadinha de nada em Jesus. Quando encostou nele, sua treta foi resolvida instantaneamente. E sentiu que havia finalmente sido curada.
Jesus, percebendo que alguém tinha se aproveitado de seus poderes mágicos, parou e perguntou: “Quem foi que se aproveitou de mim aqui, heim?”. Os discípulos não entendiam o que ele queria dizer, porque havia um monte de gente encostando nele enquanto andava, e não fazia sentido algum reclamar de uma bolinada inocente no meio daquela confusão.
Mas a mulher, sabendo do que ele tava falando, se caguetou, tremendo de medo: “Fui eu!”. E explicou tudo direitinho. Jesus, sentindo o sofrimento e a fé daquela mulher, disse: “Parabéns minha filha. Você encontrou cura e salvação devido a ter acreditado de verdade em quem eu sou. Fica de boa!”.
Enquanto ainda conversava com a mulher, outros dos líderes lá da igreja do Jairo já vieram de encontro, dizendo que nem precisava terminar a viagem, porque a filha dele já havia morrido. Antes de Jairo falar qualquer coisa, Jesus já se meteu no assunto e disse pra ele relaxar e confiar, pois tava tudo sob controle.
Chegando na casa, já tava aquele carnaval louco. As mulheres chorando do lado de fora, os homens conversando pelos cantos e alguns contando piadas. Pelo menos na minha família, velório é assim! Jesus chegou chegando e disse pra todo mundo não se preocupar, pois ele iria acordar a menina desse sono relaxante. O povo riu, mas ele nem deu moral.
Entrando na casa pegou a mão da menina morta e disse: “Acorda, menina”. E ela se levantou, andando pela casa, no auge de seus doze anos de idade. O povo se cagou de medo daquilo tudo e ficaram completamente sem reação. Jesus deu instruções pra que eles não ficassem espalhando essa história. E pediu também pra darem alguma coisa pra menina comer.