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João 11

Havia um homem chamado Eleazar, com o apelido carinhoso de Lázaro. Ele morava com suas irmãs, Maria e Marta, numa cidadezinha do interior com nome de Betânia.

Essa Maria era aquela que derramou perfume sobre o Senhor e lhe enxugou os pés com os cabelos. Elas mandaram um Whatsapp para ele: “Sr, o Lázaro, seu brother está doente”.

Quando Jesus soube da notícia mandou uma real sobre o assunto: “Esta doença não acabará em morte. Ela servirá para glorificar meu pai e eu serei glorificado com ela também”. Diferente de muito pastor meia sola que grita que “crente” doente é crente no pecado, esta doença glorificaria Jesus.

Cara, Jesus de fato amava Marta, Maria e Lázaro. Eles eram chegados do mestre. Havia um amor muito profundo por esta família. Mas ele não foi ao encontro deles. Decidiu ficar mais dois dias no lugar onde estava. Chamou os seus amigos e falou: “Vamos dar meia volta volver e vamos para Judeia” – Os discípulos fizeram aquele olhar de Anime e sacudiram o ombro de Jesus: “Tá maluco? Bebeu azeite vencido, Jesus? Voltar significa dar a cara para bater! É suicídio!”.

Jesus respondeu: “Sussa rapaziada, fiquem sussa. Como o dia tem doze horas e é mais tranquilo viajar de dia porque dá para ver os buracos das BRs, vamo simbora! Situação diferente seria se a gente viajasse de noite. Então, queridões, fiquem tranquilos! Não chegou o meu tempo de sofrer ainda por vocês. Da mesma forma que o dia tem doze horas, há um tempo certo para o início do meu sofrimento”.

“Nosso chegado Lázaro ‘dormiu’” – falou de repente o mestre para a galera. “Vamos lá acordá-lo” – completou.

Aí os boca-de-suvela falaram: “Jesus, se ele dorme então tá tranquilo”. Eles só compreenderam depois que Jesus afirmou que Lázaro moooooooooorreu!

Jesus afirmou para os discípulos que estava feliz pelo fato de não ter ido antes, porque agora eles vão ver uma mágica interessante.

Aí Tomé, o gêmeo, disse aos colegas “Vamo que vamo né. Se Jesus quer ir para Judeia para ser judiado (juro que tentei fugir do trocadilho, mas não deu) #tamojunto então”.

Quando Jesus chegou ao distrito de Betânia (que estava longe uns 16 Km de onde ele estava), percebeu que Lázaro havia sido colocado no jazigo havia quatro dias. A casa estava cheia de gente consolando a família. Aí Marta viu Jesus e ao encontrá-lo não escondeu a sua decepção. Falou com o dedo apontado na cara de Jesus: “Se o Senhor tivesse chegado antes nada disso teria acontecido! Eu sei que Deus pode te atender no que o Senhor pedir”, disse ainda com os olhos fixos nos do mestre.

“– Seu irmão vai ressuscitar, Marta”.

Marta respondeu com cara de quem já ouviu a mesma resposta padrão em tantos outros enterros: “ Eu sei que ele vai ressuscitar láááááááááá no fim dos tempos”.

Jesus segurou a mão de Marta, que gesticulava em desespero e, aquietando-as, esperou que ela engolisse a vontade de reagir contra o seu gesto; e falou olhando para seus olhos:

“– Eu Marta, sou a ressurreição e a vida. Não algo para o futuro; e sim para o agora, querida amiga; algo real para o hoje. Quem crer em mim viverá mesmo depois de morto e, se crer em mim, ainda em vida não experimentará a morte para sempre – Você crê em mim Marta, crê mesmo?”.

“– Claro que creio Senhor” – disse Marta, já mais consolada e dando conta de quem de fato era o seu amigo ali. “Creio que o Senhor é o Ungido de Deus que viria ao mundo para nos salvar”. Já refeita do chilique, que afinal de contas é bem normal, ela voltou para a sua casa e, vendo sua irmã Maria, disse que o mestre queria vê-la.

Maria e alguns amigos, preocupados com ela, foram então ver Jesus que ainda não tinha entrado no povoado.

Quando Maria viu Jesus não aguentou e se derramou aos pés do mestre. Ela chorava litros. Cara, aquela cena foi muito dolorida. Ela aos prantos, agarrada na perna de Jesus, dizia que se ele tivesse chegado antes seu irmão não estaria morto. Falou exatamente o que a irmã havia dito, mas a entonação da voz não era de acusação. Era de dor, muita dor. Maria sentia tanto a morte de seu irmão Lázaro, que a sua dor se tornou a dor dele também. Ele agachou e de joelhos abraçou a sua amiga e sentindo toda a dor dela como se fosse sua, também chorou.

Aqueles que foram com Maria ver o mestre, vendo Jesus chorar, ficaram admirados de ver o quanto ele amava aquela família.

Lá no meio sempre tem a Tia Chata do enterro que gosta de apontar o erro dos outros. Uma ‘espécie’ desta disse a respeito de Jesus: “Abriu os olhos de um cego e nem para fazer um esforço pra ajudar o amigo!”.

Jesus com o coração triste pela dor que a morte ainda causa nas pessoas, foi até ao jazigo de Lázaro. Chegando lá ele pediu para que tirassem a tampa do jazigo. Marta deu outro chilique, dizendo que seu irmão já estava fedendo.

Então Jesus disse para Marta: “Hei honey, não te disse que se você acreditasse você ia ver a glória de Deus? Então veja!”. E nesse exato momento os caras tiraram a tampa do jazigo. E Jesus orou ao pai dizendo: “Nossa relação não precisa de palavras; o Senhor, meu pai, ouve o meu coração; e este milagre vai acontecer para que todos creiam que foi o Senhor que me enviou”.

Ao falar isso Jesus deu um grito para dentro do jazigo: “Lázaro, queridão! Lázaro meu ‘brotha’… dá uma chegada aqui, velho!”. Cara, de repente, Lázaro saiu do jazigo feito uma múmia. Aí Jesus pediu para a galera tirarem as faixas dele e abrirem espaço pro ex-morto ir viver! E a galera que estava só de butuca vendo tudo isso passou a crer em Jesus.

Porém, havia no meio disso tudo uns X9 filhos de uma mãe, que foram bater com a língua nos dentes com os religiosos. Os religiosos se uniram e convocaram uma assembleia geral do sindicato do mal. E colocaram o problema na mesa: “Ilustríssimos colegas, este nazareno está fazendo um monte de milagres e a gente aqui sem fazer nada. Se mantivermos a coisa assim vamos perder o controle. Os romanos vão achar que não temos o domínio do povão e aí babau tranquilidade!”.

Então daí ocorre algo siniiiiiistro. Caifás, tipo um Lex Luthor da época, profetiza que Jesus seria morto pelo povo. Não só pelo povo judeu, mas por todas as nações. Vai entender Deus, né não?! O que ele quis dizer para os companheiros do sinédrio era que o melhor seria entregar Jesus no lugar de muitos para poupar outros; e assim eles resolveriam o problema com os romanos e se livrariam do incomodo que Jesus se tornou.

E a partir daquele dia tentavam armar uma casinha para pegar Jesus de jeito. Por isso o mestre ficou offline por um tempo num retiro em Efraim.
Quando chegou a Festa da Passagem, muitos saíram em busca de Jesus. Todo mundo estava curioso para saber a que conclusão chegaram a respeito de dele. Colocaram cartazes com a caricatura de Jesus escrito WANTED por todo o templo!

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João 10

Jesus contou-lhes uma metáfora (eu espero você voltar da Wikipédia e descobrir o que é uma metáfora para continuar a contar o resto da história. Voltou? Podemos continuar?). Como eu ia dizendo, Jesus começou a falar:

“Tenham certeza de uma coisa. Aquele que entra pelos fundos do curral é um mala. Pode ser um corintiano, ou não, mas é um mala. Porque só o pastor do rebanho entra pela porta, afinal ele tem a chave do cadeado. As ovelhas conhecem o som da voz do pastor que trabalha com elas, porque assim que ele chega no curral ele chama o nome de cada uma e elas saem atrás dele. Mas nunca ouvirão a voz do Ricardão. Até irão fugir dele”. E para variar o povo não estava “entêêndêndo” nada.

Aí Jesus começou a contar a história novamente: “Olha só, vou explicar igualzinho o Iberê do Manual do Mundo. Aí se você ainda não entender, pergunta pra garotada que o segue no Youtube que eles vão te dizer o que significa. Todo religioso que supostamente tentou tirar o lugar do Ungido como o pastor de vocês é ladrão. Tentaram mas as ovelhas não ouviram estes safados. Eu sou a porta; o acesso à salvação e vida plena é por mim. Se você entrar por mim viverá uma vida com sentido e direção, pois vou cuidar de você naquilo que for necessário. Já o safado do religioso é um ladrão que vem tosquiar, destruir a pobre da ovelha e, quando ela não consegue nem mais fornecer lã, o cara tira a carne dela. Esses safados inventam um monte de situações para destruir a alma, a vida, a alegria e até a imagem verdadeira do pai. O cara que tá pelo salário, só pela tal da oferta das primícias, pela mensagem de prosperidade financeira; este é só o aproveitador. Vindo os dias maus ele mija pra trás e foge com o rabo entre as pernas. Agora, eu sou o bom pastor! Eu sei quem você é e se de fato é minha ovelha ou não. Há ainda outras ovelhas de fora do meu curral e talvez você seja uma delas. Talvez você ainda não está sob meus cuidados, mas em breve estará. E quando estiver vai saber o tanto que eu o amo. O amor que tenho para dar é o mesmo amor que motivou meu pai a me oferecer como sacrifício por você. Esse amor não é para forçar amizade, pelo contrário, eu desejei fazer o que meu pai mandou porque entendi e aceitei o amor que ele tem por vocês”.

Os religiosos, essa gente doida que não entende o que está acontecendo, fizeram o óbvio para eles. Disseram que Jesus era o próprio demônio. Já tá ficando chata essa acusação, né não? Vamos ser criativos gente!

Passado um tempo Jesus foi a Jerusalém. Era época de festa e estava chovendo, por isso Jesus andava debaixo das marquises do Pórtico de Salomão.

Os religiosos chegaram perto de Jesus e perguntaram: “Ae Jesus, na boa, onde estão as câmeras escondidas? Já sabemos que tá rolando uma pegadinha, então confessa logo: Você é o Ungido? Se é desembucha pra todo mundo!”.

Jesus então responde na boa: “Eu já disse, mas vocês são tão tapados, são tão cabeçudos! Veem as obras que realizo, mas não creem. Fiquem de boa, vocês não são do meu rebanho então não ouviriam mesmo. Porque se fossem, eu teria pregado e vocês teriam se tornado filhos de Deus. E se isso acontecesse seria algo irreversível, pois meu pai que está nos céus é o cara; e ele não deixaria que eu perdesse nenhum de vocês. Mas vocês não são minhas ovelhas”.

Aí começou aquele mimimi de novo. Gente querendo apedrejar Jesus. Então eles tentaram dar um argumento novo do tipo “te enganei” e disseram para ele: “Não vamos te apedrejar porque faz boas obras, mas sim por se achar igual ao nosso Deus”.

Aí Jesus teve que lembrar os idiotas acerca do que o texto bíblico menciona sobre isso: “Peraí cambada, prestem atenção! As Escrituras não podem ser desautorizadas. Se funciona em um lugar, tem que funcionar em todos! Isso é um princípio! Então ouçam: haviam os juízes que foram designados por Deus para julgar e, lá no Salmo 82, quando Asafe escreveu este poema narrando a presença de Deus numa assembleia de juízes, Deus disse que eles eram como deuses. Lá vocês acatam a ideia de que lá haviam deuses, mas eu, que apenas digo que faço o que meu pai faz e me considero seu filho, vocês acham blasfêmia? Se eu não realizo as obras do meu pai, tudo bem, continuem não crendo, mas pela-mor-de-Deus! Creiam nas obras que faço e creiam que foi o pai que me enviou!”.

Mas uma vez tentaram prender Jesus. Mas ele estendeu a mão e disse enquanto saía de fininho: “FALEM COM MINHA MÃO”.

Chegando do outro lado do Jordão, onde seu primo João usou como lugar para batizar, o povão foi chegando um a um. E o assunto que rolava entre a galera era de que mesmo João, não realizando nenhum sinal de milagre, o que pregava a respeito de Jesus era verdadeiro. E naquele lugar houve muita gente que creu.

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João 9

Dando um rolê com os discípulos, Jesus viu um cego de nascença. Seus discípulos perguntaram: “Mestre, tá na cara que alguém fez cagada. A questão aqui é: foi esse infeliz no ventre da mãe dele que fez ou foram seus pais?”.

Aí Jesus explicou: “Chega aí rapaziada. Olha só, toda teologia até agora tentou explicar o ‘porquê’. Mas o certo seria perguntar: ‘o que podemos fazer por ele?’. Nem ele, nem seus pais erraram. Isso aconteceu porque Deus quer trabalhar através da vida dele. O momento que vocês estão vivendo agora é o melhor momento da humanidade, afinal eu sou a luz do mundo; e de noite não dá para trabalhar, né não zezão? É preciso entender que vocês podem ter vários tipos de reações diante de um problema assim. Podem simplesmente ficar revoltados e atirarem pedras em Deus. Podem também ficar presos em longas discussões teológicas tentando livrar Deus deste problema. Ou fazer o que é certo. Estender a mão para fazer algo por ele”.

Tendo explicado esta parada para os discípulos, Jesus deu uma escarrada no chão, fez uma massa de barro e aplicou nos olhos do cara. E mandou o cara ir lavar os olhos no tanque de Siloé. O cidadão foi lá e voltou vendo!
As pessoas que conheciam o ceguinho, vendo o cidadão chegando do nada e olhando com aqueles olhos abertos, ficaram espantadas. Eles não acreditavam que era o cara, pois achavam que era aquele velho truque de colocar um dublê. Então levaram o homem que era cego aos fariseus.
Chegando lá, a força tarefa da religião, os que sempre querem dar o selo ISO CÉU nas coisas referentes à espiritualidade, ouviram o ex-ceguinho.
O delegado da Divisão de Assuntos de Milagres Fora da Religião Convencional (DAMFRC) tomou o depoimento do meliante, digo, cego, digo ex-cego.

“− Conta aí como foi que você voltou a ver”.

“− Ele cuspiu no chão fez uma massinha de barro e esfregou nos meus olhos. E depois de me lavar no tanque do ‘enviado’ eu fui curado” – disse o ex-ceguinho.

“– Esse tal de Jesus é um filho do Demônio!” – gritavam os religiosos que estavam lá para ouvir também o depoimento. Porém alguns sussurravam entre si: “Como alguém pode curar um cego de nascença?”. Essa era uma dúvida que dividia os religiosos.

O delegado voltou a perguntar ao ex-ceguinho: “O que você acha que este Jesus é?”

“Acho que ele é profeta” – respondeu. “Ah, acho que este cara aí é um farsante. Tá tudo combinado!” – diziam os fariseus ao delegado.

Então trouxeram os pais do carinha que foi curado e perguntaram se de fato ele era cego. Eles confirmaram em testemunho que ele era filho deles e tinha nascido cego. E disseram: “Nós não sabemos como ele foi curado. Perguntem para ele! Nosso filho já tem idade para se virar sozinho com a polícia”. Naquele momento havia muita pressão para não dizer que Jesus era o Ungido de Deus, e os pais do ex-ceguinho não queriam pôr o deles na reta. Então o delegado mandou chamar o ex-ceguinho de novo para tomar depoimento.

“– Rapaz, para a Glória de Deus, responda a verdade! Vou te dar mais uma chance para você não se comprometer” – disse o delegado. “QUEM FOI QUE TE CUROU, PESTE?”.

“– Já disse delegado, foi Jesus! Essa curiosidade toda é porque, heim? Quer ser discípulo dele? Posso passar o endereço dele” – riu o ex-ceguinho olhando para a galera. A galera não gostou nada disso. E começaram a xingar o ex-ceguinho de tudo que é nome. E ofendidos começaram a gritar que ele é que era um maldito.

“– Somos seguidores de Moisés!” – gritavam loucamente. “Moisés ouviu diretamente de Deus tudo quanto seguimos, já este Jesus aí, nem sabemos de onde vem e a quem de fato segue”.

“– Ah gente, para né?! Vocês sabem pelo próprio ensino que nos dão nas sinagogas que milagres deste porte só podem ser feitos por gente que Deus aprova. E agora vocês veem um milagre acontecendo e querem esquecer o que vocês ensinam? Então tá, só quem acredita na teologia de vocês é que é santo. Aham, fácil assim, né não?”– falou retrucando o ex-cego.

Os religiosos ficaram sem argumento e mandaram o ex-cego picar a mula, capar o gato, dar o pira, vazar.

Dando um rolé pelas redondezas, vendo e descobrindo as cores do mundo, o ex-ceguinho dá de cara com Jesus, que pergunta para ele: “E aí meu chapa, diboa? Tá vendo o mundo com outros olhos, né não?”.

“Tô sim senhor”, respondeu o ex-ceguinho.

Pondo a mão no ombro do ex-cego e, olhando nos olhos dele, Jesus pergunta: “Então, você crê no Ungido?”.

“– Ué, creio. Só não sei quem é ele”.

“– Sou eu amigo”, disse Jesus apertando a mão do ex-cego.

“– Poxa vida! Ah, Jesus como o Senhor é maravilhoso, você é o cara! Obrigado por se importar com alguém esquecido num canto qualquer. Obrigado por ter me visto, me enxergado, me amado e por ter me tirado da cegueira”.

Então Jesus disse: “Eu estou aqui para que ninguém mais viva espiritualmente cego. E para os que se julgam entendedores do mundo espiritual, detentores das ‘chaves dos conhecimentos celestes’, estes eu tornarei cegos”.

E finalizou os caras no tatame da moral dizendo: “Se estes caras não pagassem tanto de conhecedores, haveria misericórdia. Mas como não são humildes o suficiente para reconhecer, permanecerão ferrados”.

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João 8

Depois que os caras vazaram, conforme vimos no capítulo 7, Jesus resolveu ir para o monte das Oliveiras. De manhãzinha ele apareceu no Templo. E o povo foi se achegando. Jesus limpou uma beirada de canto e assentou para ensiná-los.

De repente os religiosos trouxeram-lhe uma mulher que foi surpreendida “pulando a cerca”. Colocaram a cidadã no meio da roda e, na intenção de provocar Jesus, disseram: “Mestre, esta mulher foi pega no ‘fraga’ com outro cara. E aí? A Lei diz que essa vagaba tem que ser morta a pedradas. E o senhor o que vai dizer?”.

Jesus continuou tranquilão, escrevendo algo na areia. Como os caras continuavam a torrar a paciência com este assunto, mandou essa: “Se algum de vocês está sem pecado, seja o primeiro a atirar a pedra”. Essa afirmação de Jesus bate com a ideia de que se um cara errou uma só recomendação da Lei, errou tudo. Inclinou-se novamente e voltou a desenhar alguma coisa no chão. Há quem diga que era a foto do Homer Simpson, o protótipo do Iphone ou a data em que o Tiririca deixaria a política.

Enquanto isso, os caras foram saindo de mansinho. Um a um. De repente só estava lá Jesus e a mulher.

Jesus levantou-se e estendeu a mão para a mulher. Ela já tava de pé em frente a ele, porém constrangida pela circunstância, deixou-se ser tocada com as costas das mãos dele, que enxugavam lágrimas que caiam em seu rosto. Jesus, olhando nos olhos vibrantes e assustados dela, falou amorosamente:

“Acho que ninguém te condenou, né filha?”.

“É”, disse ela ainda engasgada com o choro de medo.

“Eles queriam me acertar e para isso não pouparam alguém numa situação como a sua. Machucaram você filha?”.

“Só o meu braço que tá todo arranhado” – falou mostrando para Jesus os arranhões. “Dói mais é a vergonha. Tanta gente viu, tanta gente agora soube do meu erro. Não sei o que vou fazer da vida”.

Jesus acariciou a cabeça dela enquanto em lágrimas soluçava em seu peito. E, cantando um Salmo, aquietou a sua alma. Quando ela estava mais calma, olhou com compaixão em seus olhos e disse: “Vai em paz; não vai ser fácil recomeçar, mas você vai conseguir! E filha, não faça mais isso, o adultério é pecado”.

Jesus vendo que ainda havia uma galera por lá, tipo vendo tudo meio que na espreita, continuou a ensinar o povão dizendo: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida”. Ouvindo isso, os religiosos disseram: “Tá vendo, ele tá dizendo a respeito de si mesmo. Tá querendo glória para si mesmo. Seu testemunho não vale!”.

“Ô povo chato”, disse Jesus olhando para o céu. “Vão caçar uma roça para capinar! Eu posso falar de mim mesmo, pois eu sei de onde vim e para onde vou. Vocês não me conhecem, bando de gente tapada! O único padrão que vocês têm de referência é esse padrão humano. Eu não julgo ninguém e mesmo que eu julgue, faço do jeito certo, porque tenho orientação do alto para isso. Se vocês se apegam tanto na Lei, então toma: ela diz que o testemunho de dois homens é válido. Eu testemunho e o meu pai também #prontofalei”.

“Truco ladrão!” – exclamaram os religiosos – “Onde está seu pai?” Jesus então respondeu: “Seis mi zoiudo! Vocês não conhecem nem a mim e nem ao meu pai. Se vocês fossem meus chegados, com certeza conheceriam ao meu pai”.

Jesus então vai saindo do local da coleta de oferta e vai avisando: “Vou embora e depois vão me procurar. Mas não vão me encontrar. Irão todos morrer em seus próprios pecados”. Os caras ficaram encafifados pensando se Jesus estava falando em se matar, pois achavam que Jesus ia cometer suicídio e logo iria para um lugar ruim, feito para gente ruim. E eles tinham a certeza que não iriam para lá, pois não eram gente ruim (aham, senta lá Cláudia).

Foi quando Jesus disse: “Olha só pessoal, numa boa, presta atenção na matemática. Acompanha o meu raciocínio: Eu sou do céu, vocês não. Vocês pertencem a este mundo, eu não. Eu disse que se vocês não cressem, então ‘créu’. Mas se arrependessem e crendo que EU SOU, então ‘céu!’”.

Os caras eram tão tapados pela teologia exclusivista deles que não perceberam que Jesus estava falando do pai. Daí ele falou: “Quando eu morrer vocês saberão que EU SOU. E que a minha agenda quem controla é o pai. Não falo nada se Eee não tiver dito primeiro. Estou com ele. E ele está comigo”.

Rapaz, você não vai acreditar! Depois dessa saraivada de palavras duras não é que converteu uma galera? Jesus os advertiu que deveriam permanecer firmes na palavra dele, pois assim ficaria claro que eles eram discípulos do mestre e que “conheceriam a verdade e a verdade os libertaria”.

Pois então, não durou muito a fé destes camaradas. Começaram a questionar Jesus a respeito da tal liberdade. Porque os cabeçudos achavam que a liberdade era a respeito de escravidão, e não a liberdade espiritual.
“Vocês são escravos do pecado. Vivem pecando, então são sim escravos” – disse Jesus a eles. E continuou: “Filho é filho, empregado é empregado. O filho vai ser filho para sempre, já o empregado você sabe como é. Não tem garantias. E eu sei que vocês se acham filhos de Abraão. Mas querem me matar porque o que eu falo não entra na cabeça dura de vocês. O que eu estou falando eu vi e ouvi diretamente do meu pai”.

Jesus disse para os caras que, se eles fossem filhos legítimos de Abraão, não tentariam matá-lo. O que fez com que eles pulassem alto: “Nós não somos filhos ilegítimos!”. Isso era uma ofensa, pois Ismael (pai de todo árabe) é o meio irmão de Isaque (pai de todo judeu). Responderam ainda: “O único pai que temos é Deus!”.

“Ah tá” – respondeu Jesus. “Se de fato Deus fosse pai de vocês, vocês me amariam. Simples! Eu vim do pai, fui enviado por ele e vocês querem me matar”. E ainda continuou: “Que foi? Tô falando mandarim? Não tão entendendo por que? Querem que eu desenhe? Gente cabeçuda!”.

E falando mais alto afirmou: “Vocês são unha e carne com o pai de vocês, o chifrudo; e tão se coçando todos para fazerem a vontade dele. Ele é um assassino, um X9 desgraçado. Um mentiroso. No entanto creem mais nele do que em mim”.

Mais bravo ainda, Jesus aumentou o tom de voz. E disse olhando na cara de cada mala religioso: “Então tá, eu desafio a qualquer um aqui a apontar um pecado que eu tenha cometido. Vamos seus bundas-moles! Apontem um pecado! Seus infelizes! Ora, se estou falando a verdade por que não creem? Se de fato Deus fosse o pai de vocês, ouviriam o que eu digo!”.

Os religiosos então responderam no mesmo tom: “Não estamos certos em dizer que você é um vagabundo, um desqualificado e ainda por cima endemoninhado? Dando esse chilique todo aí só pode ser isso!”.

Ah, mais aí Jesus bateu forte: “Não estou com demônio! Seus endemoninhados! Eu honro ao meu pai! Vocês é que estão brincando com coisa séria! Deus é que é glorificado em mim, não eu em mim mesmo! Quem crê em mim e mantém os meus ensinos para a vida, este sim tem a vida eterna”.

Dando uma gaitada de deboche eles responderam: “Rapaz, você é um endemoninhado mesmo! Abraão morreu, como todos os profetas; e você diz aqui na frente de todo mundo que se alguém mantiver os seus ensinamentos não vai morrer? Por acaso você é maior que nosso pai Abraão? Quem você pensa que é? Seu nazareno duma figa!”.

Jesus, sem perder o jeito, manteve o tom forte e desafiador: “Se eu fosse mentiroso como vocês eu até poderia sair daqui calado, mas Deus é meu pai e isso é verdade, mas vocês não acreditam. Então que se danem! Abraão, pai de vocês, quando soube a meu respeito ficou feliz pra caramba”.

“MENTIROSO!”, gritavam os religiosos. “Você nem tem 50 anos e diz ter visto Abraão! MENTIROSO!”. Jesus respondeu: “Antes de Abraão nascer, EU SOU”.

Então o negócio ferveu. Pegaram pedras para apedrejar Jesus, entretanto ele foi mais rápido e saiu do templo.

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João 7

Jesus se mantinha longe da Judeia porque os religiosos queriam matá-lo (essa gente é perigosa, muito perigosa).

Então, escuta só. Quando estava chegando o tempo da festa das barraquinhas, os irmãos de Jesus deram uma ideia de jerico. Não a cidade, mas o animal (porque não tem acento): “Compre um horário de TV ou impulsione suas publicações nas redes sociais. Afinal, se você quer o seu Ministério conhecido e honrado na Judeia toda, tem que ir atrás da audiência!”. Essa ideia foi copiada dois milênios depois pelo pastor de bigode-sem-bigode, entre outros também, que com o programa de TV, ou na Internet, ficaram artificialmente conhecidos.

Jesus então responde seus irmãos numa boa: “Engraçado, né? Pimenta no olho do outro é refresco. Eu sei o quanto ainda vou penar na mão dessa gente. Ainda não é a hora. E nem vem com essa musiquinha de comunista de butique que ‘quem sabe faz a hora não espera acontecer’ que não rola. Eu sei quando devo ir. Se estão com vontade, vão sozinhos!”. E ele ficou por lá quieto. Mas, depois que seus irmãos vazaram, resolveu ir também para a festa das barraquinhas na surdina. Lá na festa já havia um zum-zum a respeito dele. Mas sabe como é, o povão com medo de ser repreendido falava sobre só em conversa de pé de orelha.

A festa já estava lá pela metade quando Jesus resolveu ir ao templo para ensinar. Os caras ficaram admirados com a profundidade e clareza dos ensinos de Jesus (temo que hoje Jesus não teria espaço por ser tão claro, simples e direto) e, de boca aberta, perguntavam: “Em que faculdade ele estudou? Ah, deve ter estudado nos EUA, Europa ou coisa assim!”. Foi quando Jesus falou: “Olha só, o meu ensino não procede de mim. Isso não sai da minha cabeça. Este ensino eu aprendi daquele que me enviou. Se aqui e agora alguém decidir fazer a vontade de Deus, vai entender que o que ensino procede dele. Eu não tiro as conclusões do meu próprio ensino, como alguns filósofos o fazem, pelo contrário. Só falo aquilo que procede do meu pai. Não desejo glória para mim, desejo glória para o meu pai”.

Jesus continuava a falar, só que agora olhando firme nos olhos dos religiosos: “Moisés deu a Lei, mas vocês não estão nem aí para paçoca em cumpri-la. Mas tão aí tocando o terror e tentando me matar”. Os caras responderam: “Peraí, tá maluco seu endemoninhado?” (Ih moleque, os caras disseram que Jesus era um endemoninhado e nóis aqui chorando as bicas por termos ganhado o mesmo título).

Jesus responde os caras: “Então tá, eu fiz um milagre no sábado e vocês estão admirados. Aí ficam me enchendo o saco porque Moisés deu para vocês a autorização para tirar a pele do ‘companheiro’ no sábado. Para não ficarem num nó teológico, pois se o oitavo dia do moleque der em um sábado, terão que decidir entre si qual das leis devem quebrar, se o sábado ou a circuncisão. Aí decidiram quebrar a mais fraca que é o sábado e ainda querem me julgar? Ah vá”.

Na cidade de Jerusalém começaram a perguntar: “Ei, mas esse aí não era quem os caras queriam prender? Ele tá aí falando e ninguém toma providência? Querem prendê-lo mesmo ou é só cascata?”. Aí começou aquela discussão teológica sem fim. Os religiosos ficavam se perguntando se Jesus era o Ungido. Mas consultaram suas próprias interpretações e concluíram de suas próprias ideias que não era. Por isso que, desde a época de Jesus, é melhor crer nas Escrituras e não na teologia.

Até tentaram prender Jesus, mas não conseguiram porque ainda não era hora. Mesmo assim muitos creram. Igualzinho acontece com esta paráfrase. Pode até parece que não, mas tem gente sendo edificada.
Como o assunto “Ungido” estava crescendo na multidão, os fariseus pediram para a polícia dar um jeito de prendê-lo.

Jesus então diz aos caras: “Eu estarei aqui por pouco tempo. Para o lugar que estou indo vocês não poderão ir agora”. Os judeus indignados com a fala de Jesus disseram: “Esse cidadão tá se achando. Nós os judeus estamos nos quatro cantos do mundo e não vamos achar este nazareno?”.

No último e mais importante dia da festa das barraquinhas Jesus levantou e disse aos berros: “Alguém tendo sede que venha a mim. Crendo em mim, de dentro do sujeito fluirá um rio de água viva melhor que as jarras de água e vinho que servem a galera na festa”.

A galera, ouvindo tudo isso, começou a dizer entre si que Jesus era o Ungido. E começaram a buscar nas Escrituras as comparações para saber se de fato isso fazia sentido.

A polícia voltou para o templo sem ter prendido Jesus. Disseram aos fariseus que não o tinham prendido por conta da sua mensagem. Os fariseus ficaram putos, pois acharam que Jesus tinha convencido até eles. Os caras ficaram ofendidos e perguntaram se algum fariseu tinha crido. Aí os caras responderam: “Tá maluco, nós da ‘boa teologia’ nos destacamos deste povo bocó! Nós entendemos tudo de teologia, essa ralé aí não sabe separar o dia da noite”.

No meio deles estava Nicodemos (lembra o cara do capítulo 3?). Ele provocou os caras perguntando se no entendimento deles a Lei dava permissão para condenar alguém sem que antes o sujeito fosse ouvido. Os caras, num tom ameaçador, falaram sarcasticamente: “Mora na Galileia também Nicodemos? Se você estudar um pouco mais vai lembrar que não tem profeta na Galileia”. Depois disso cada um pegou seu rumo.

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João 6

Jesus foi para outra praia. Tinha um monte de gente atravessando meio mundo para ver mais sinais e milagres. Jesus aproveitou para ir a um lugar mais afastado para um papo com os seus discípulos. Era um tempo bem próximo da festa que se comemorava a saída do Egito.

Vendo a quantidade de gente que aglomerava, Jesus disse para Filipe: “Onde dá para comprar comida pra este povo todo?” Jesus fez esta pergunta para provar a fé de Filipe.

Ele respondeu: “Jesus, nem com duzentos dias de trabalho daria para comprar comida para toda essa gente”. Daí André, brother de Pedro, apresentou um irmãozinho que estava com apenas dois peixinhos e cinco pães, mas a fé dele era igual a de Filipe: mixuruca.

Tinha um monte de gente, cerca de 5 mil homens, fora as crianças e mulheres. Tava uma muvuca só. Daí o mestre pediu para organizar a parada de pequeno grupo em pequeno grupo. Ele pegou os pães, agradeceu ao pai e repartiu.

Depois fez o mesmo com os peixes. Quando todo mundo se fartou, pediu que os discípulos recolhessem as sobras. Porque diferente do que ocorre na casa de muita gente, Jesus disse que não era para desperdiçar nada. Os caras ajuntaram os sacos com as sobras dos cinco pães e dois peixes.

A multidão ficou surpresa com o sinal miraculoso que ele havia feito e logo queriam elegê-lo rei. Jesus, vendo que o negócio desandou, foi para o monte. Imagina isso acontecendo em algumas igrejas por aí. Imagina!
Chegou o final do dia e os discípulos foram para a praia. Entraram numa embarcação e foram em direção a Cafarnaum. Deu um vento forte e lá, depois de tanta remada, viram Jesus vindo sobre as águas. O susto foi tamanho! Mas Jesus disse: “Hey, take easy brothers! Sou eu”. Pô, passado o susto, eles voltaram a respirar.

Quando a galera que tava em terra acordou, percebeu que Jesus não estava por lá. E correram ao encontro dele em Cafarnaum. Quando chegaram, a curiosidade foi maior do que a fome. E perguntaram: “Ué, como foi que o Senhor chegou aqui?”. Aí Jesus mandou a real: “Ah, tá. Vocês estão tão preocupados! Fala a verdade, né? Vocês queriam era garantir o estômago. Nem foi o sinal do céu que atiçou o coração de vocês a virem ao meu encontro, foi o estômago mesmo! Mas deixa eu dizer algo importante: viver para o estômago é bobagem. Trabalhem pelo relacionamento com o pai. Trabalhem pela vida eterna que eu dou. O pai me autorizou a fazer isso”. A dúvida da galera era exatamente isso: como conseguir fazer o que Deus quer? Aí Jesus matou a pau: “A obra que você precisa fazer é crer”. Eles não entenderam e pediram mais uma vez um milagre (ô povo chato), mas era assim lá e também aqui hoje. Recebemos o milagre hoje, amanhã já é outra história.

Jesus respondeu o pessoal da seguinte forma: “Olha só, o que Moisés fez no deserto era uma sombra daquilo que ocorreria espiritualmente agora. Eu sou o pão do céu. Eu sou a comida espiritual que você precisa ter para suprir as suas necessidades espirituais. Vocês pedem um sinal, mas já me viram e isso é o que importa. Se vocês olharem e crerem em mim, eu estarei com vocês e não os largarei. Porque foi o pai que me deu vocês, e deu-me para vocês”.

Depois desta declaração, os religiosos de plantão começaram a murmurar, tipo goteira em panela de alumínio a noite toda. E diziam: “Como é que pode um filho de carpinteiro, filho do Zé, filho da Maria dizer ter vindo do céu. É maluco?”.

Então Jesus respondeu algo que me dá vontade de pedir também para a galera: “Parem de criticar por criticar, ô gente chaaaaaaaaata!”. Mas os caras não pararam e continuaram a zoar: “Como é que vamos comer a carne dele?”. Jesus então responde a zoação deles da seguinte forma: “O que estou explicando é algo espiritual. A minha carne foi entregue para que vocês pudessem ser salvos e o meu sangue foi o preço pago para isso. É esse o processo que constrói a nossa aliança. Diferente do maná (o pão que caía do céu), quem come o pão da vida vai morar para sempre comigo no céu”.

Os discípulos, vendo o debate entre Jesus e os religiosos, afirmaram: “Mano, que treta é essa? O papo é muito duro, quero não, posso não, deixa não”. Jesus, sacando a parada, mandou essa: “Isso deixa vocês chateados, preocupados, com medo? Que vai acontecer quando vocês me virem voltar para a casa do meu pai de onde vim? O que é da carne é carne e vai morrer. Mas as palavras que digo para vocês é vida, e esta vida é tudo! Vocês só poderão estar ao meu lado se primeiro o pai tiver decidido antes”. E continuou: “Alguns de vocês não creem”.

Depois dessa dura muitos dos discípulos voltaram para suas casas. Daí Jesus pergunta para os doze: “Vão fugir também?” E respondeu Pedro: “Uai, Mestre. Pra onde a gente vai?”. Foi então que Jesus disse: “Fui eu que escolhi vocês doze e inclusive um de vocês é o traíra”.

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João 5

Passou um tempo e Jesus foi para Jerusalém para participar de uma festa religiosa. Sim, Jesus ia a festas religiosas também. Diferente de muito crente que quer romper com tudo que tem cara de religiosidade.

Em Jerusalém tinha um tanque perto de uma entrada com nome de “porta das ovelhas”. O tanque tinha cinco entradas em volta. É igual as procissões espalhadas por todo mundo. Havia um grande número de gente querendo um milagre. Dá para pensar naquela música do moço de Belo Horizonte na boca desta gente. E sim, o “milagre ia passar” só para um, não para todos. Até porque o milagre só acontecia para o primeiro que entrasse no tanque.

Tinha um cidadão paralítico fazia 38 anos ali. Jesus, passando no meio daquele ambiente, viu este cidadão deitado no chão. E interagindo com a galera soube que ele estava ali já fazia uma pá de tempo. Sentando ao lado dele, Jesus começou a conversar: “Vejo que está aqui há muito tempo. Também está em busca de cura?” O paralítico, movendo os olhos para tentar focar melhor, respondeu: “Até quero, mas sou sozinho. E quando tento entrar, outro vai mais rápido do que eu. Aí eu danço. O que resta então é suspirar e esperar mais um ano”. Jesus, com um sorriso no rosto, falou: “Vai precisar esperar mais não. Pode levantar, você tá curado”. O paralítico, feliz da vida, começou a pular e cantarolou bem alto “Ah lelekleklekleklek”, afinal a felicidade dele era tanta, que o que ele queria era dançar, pular e sair abraçando todo mundo.

De repente a alegria do ex-paralítico foi interrompida pelos empata-f… elicidade. Os religiosos perguntaram ao carinha do “ah lelekleklekleklek” o que ele estava fazendo de pé e segurando uma maca num sábado. Sem mudar a cara de felicidade, ele foi logo falando: “Ah, na boa chefia, estava lá no tanque esperando o meu milagre chegar e ele chegou!”. Os religiosos, com o semblante de desaprovação, puseram as mãos no ombro do irmãozinho que fora curado e perguntaram: “Você sabe que não pode ser curado assim! Tem que assinar um formulário de três vias, despachar no departamento de recursos do milagre, esperar os Correios entregarem via PAC, ou seja, vai levar muito tempo, não é assim tão fácil! Tá achando que é só receber um milagre sair cantando e tá tudo certinho? Se for sábado, recuse o milagre! Deus não age no sábado, Deus não age assim! Volta pro tanque e fica deitado lá até a manhã de domingo. Xispa! Mas antes de ir, diz aí, quem foi que te curou?”. O ex-paralítico respondeu: “Não tenho a menor ideia. Tô curado e é o que importa. Fui!”.

Quando Jesus estava no templo, encontrou com o irmãozinho que recebeu a cura e lhe bateu a real: “Você tá curado irmão, vê se não dá bobeira para que o a situação não fique pior para o seu lado. Fica esperto!”.

Os religiosos não tinham muito motivo para gostar de Jesus. Agora, achando que tinham uma questão para pegar no pé, aí é que não gostariam dele mesmo.

Vendo que a situação ia de mal a pior, Jesus argumenta com os caras dizendo: “Meu pai está trabalhando até agora. E eu também estou trabalhando. E não há sábado que nos impeça de amar, curar, salvar e relacionar”. Dava para ver a cara de ódio dos caras quando eles ouviram estas palavras.

Olhando para eles com aquele olhar de quem está dando uma sentença, disse: “Olha, fiozinho de ouro, a verdade é uma só: eu não posso fazer nada de mim mesmo; só posso fazer o que o meu pai faz. Pois o amor que meu pai tem por mim é um amor muito profundo, ao ponto de não haver diferenças entre nós dois. Da mesma forma que o pai faz alguém voltar à vida eu também faço. E no dia do julgamento, o pai entregou o tribunal para mim, porque a honra que o pai recebe ele também deixará o filho receber. E na real, quem ouve o que eu digo e crê naquele que me enviou, terá uma vida para sempre, escapará da condenação e passará da morte para a vida! E vou dizer mais. Prestem atenção na parada porque é sinistra e muito, mas muito real: até os mortos vão me dar moral e vão viver de novo”. E continuou: “Tão de boca aberta por que? Vai chegar o dia em que os túmulos darão mais moral ao que estou falando do que vocês. E mais: o meu julgamento é justo, porque não tenho a menor necessidade de fazer a vontade de crente e ateu cheio de #mimimi. Faço a vontade do meu pai e pronto”.

Tinha um grupo tentando sair de mansinho. Jesus virou para eles e disse: “Espera aí, sai não porque o bagulho aqui ainda não acabou. Eu não estou falando de mim mesmo. João é o cara que deu testemunho a meu respeito. Não preciso ser reconhecido por homem algum! Mas para que a cabecinha redonda de vocês consiga entender, é preciso que seja assim, senão ninguém aqui seria salvo. Vocês nunca viram o pai como eu vi”.

E continuou a sarrafada: “Caras, vocês se metem a serem teólogos. Estudam, estudam e estudam mais. São tremendamente grossos e nada amorosos com quem tem um pouquinho menos de conhecimento que vocês. Falam a respeito do Ungido com toda a propriedade, mas quando chegaram a vê-lo tete-a-tete não creram. A teologia de vocês cegou o entendimento. Ô gente tapada!”.

“Nem adianta querer puxar o saco. Não preciso da glória de vocês. Sei que tipo de gente vocês são. Sei que o amor pela tal da ‘boa teologia’ os tornou gente seca, hipócrita e sem amor. E não era para ser diferente, o lugar onde deveria reinar Deus agora reina a teologia. E vai ser difícil crer mesmo. Nesta busca de se tornarem a ‘voz apologética’, a ‘polícia divina da fé’ e, na busca tresloucada por honras humanas, vocês deixaram de lado a glória simples, irradiante, plena e verdadeira do Deus único. E sabe de uma coisa? O engraçado é que na verdade quem vai denunciar vocês é a própria teologia que vocês colocaram num altar. Esta teologia fala a meu respeito, mas vocês amam mais a forma do que o entendimento. É uma pena, pois se vocês não conseguem ver isso na teologia de vocês, como vão crer num relacionamento simples e vivencial que proponho?”

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João 4

Então, continuando a parada sobre a história de Jesus, houve uma situação que incomodou muito ele. É que soube que a rádio-peão estava noticiando que ele batizava mais do que os discípulos de João, apesar dele mesmo não ter batizado ninguém. Como Jesus não queria confusão, saiu da Judeia e voltou de novo para Galileia.

Estava nos planos de Jesus passar por Samaria. Por volta do meio dia, Jesus sentou na beirada de um poço, que antigamente era de José, herança de seu pai (Jacó). Como ele estava cansado da viagem, relaxou um pouco. E daí um instante chegou uma mulher samaritana para tirar água. Jesus pediu para mulher: “Me dá um pouco d’água?”. Ele estava sozinho. Os discípulos de Jesus tinham ido à loja de conveniência do posto Ipiranga mais perto pra comprar comida. A mulher ficou assustada, afinal ela era samaritana (e mulher). Jesus era homem e judeu. Essa conversa era muito complicada de acontecer. É tipo a Mancha Verde e a Gaviões da Fiel andando de ônibus juntas. Impossível de crer. Por isso a ficou tão espantada.

Jesus disse para ela: “É muito difícil de crer, eu sei, mas se você conhecesse o presente de Deus e quem é que tá te pedindo água, era você que pediria e ele teria te dado água viva”. Ela fazendo cara de quem não estava acreditando respondeu: “O senhor tá forçando a barra né? O senhor não tá dizendo que é maior do que no nosso pai Jacó que fez este poço que ele usou, tá?”. Jesus olhando nos olhos dela, pegou o balde que ela tava segurando e apontando para água que estava lá dentro, disse: “Veja só. Se beber desta água você vai ter sede de novo, porque é por isso que você volta aqui todo dia”. “Ué” – respondeu a mulher – “Se o Senhor garantir que esta água não vai dar mais sede, aí é bom né, vai sobrar mais tempo para assistir Netflix. Se é boa assim, então eu quero. Porque andar até aqui todo dia nesse solão, é dose viu!”.

O mestre deu um sorriso, achando graça da conclusão dela. Aproximando-se, com um gesto de carinho e respeito, levantou o rosto dela e viu que era um semblante de mulher sofrida. Então falou com uma voz branda, na medida de quem sabe a quantidade de dor que aqueles olhos carregavam. E fez uma pergunta certeira: “Onde está o seu marido? Afinal você está fazendo este serviço só, numa hora dessas do dia”. Constrangida com a pergunta, mas percebendo que ela não estava carregada de acusação como já havia ouvido centenas de vezes, tomou coragem e respondeu sem medo de ser julgada: “Não tenho marido”. “Que bom que você não mentiu” – falou Jesus assentindo com a cabeça, num sinal de que já sabia a resposta. E completou: “Eu sei que você não é casada. E este que você está não é o seu marido, mas é só um crush. Que bom que você disse a verdade”.

“Poxa, vejo que o senhor é profeta”, disse a mulher enxugando dos olhos as lágrimas, não de vergonha ou medo, mas de alívio por ter podido falar sem ser julgada ou exposta. E continuou a falar: “Tenho uma dúvida. Aprendi desde menininha que o local de adoração é nesta igreja, mas os judeus sempre dizem que adorar ao Deus verdadeiro só na igreja deles”.

“Não é nem lá e nem cá. É onde você está. Porque meu pai decidiu ir ao encontro do adorador. Diferente do que foi dito até agora, não é você que vai procurar o pai, é o pai que está te procurando. Não é você que vai visitá-lo numa igreja, é ele que vem na sua casa. O lance todo está na disposição do coração e na sinceridade da mente.” E enquanto repetia esta afirmação, desenhou um caminho no ar que saia do céu e percorria a cabeça e descia até ao coração.

A mulher samaritana, olhando para os olhos de Jesus disse: “Eu sei que o Ungido de Deus está para vir, eu pressinto isso. Há sinais a respeito disso e quando ele chegar estas tretas que o senhor tá ensinando vão ser explicadas!”. Daí Jesus segura na mão dela fortemente e diz: “Filha, eu sou o Ungido”. Neste exato momento os discípulos chegam com umas batatas, Whopper Furioso do Burger King, refri, água e vinho. Ao darem conta do que estava acontecendo, ficaram espantados, pois Jesus estava conversando com uma mulher samaritana. Mas como todo mundo era tanga frouxa, acharam melhor ficarem calados.

A mulher então deixou o balde lá no poço e voltou para a currutela onde morava. E disse para as pessoas: “Conheci alguém que sabe quem eu sou, o que fiz e mesmo e assim não me destratou, nem me agrediu. Vocês não tem ideia o tanto que é bão ser tratada como gente! Só o Ungido poderia ser assim, não é mesmo?”. Os caras ficaram impressionados com aquela notícia e foram ver isso com os próprios olhos.

Jesus estava com aquele olhar contemplativo, olhando para o vazio. Os discípulos chegaram perto e ofereceram-lhe fritas, mas ele, sem voltar os olhos, recusou. Com os olhos ainda no vazio bateu a real: “Caras, vocês não sabem como é tensa a situação. Não dá tempo para fazer muito, nem de comer. É tão importante, tá ligado? Até comer fica para depois!”.

Virando para os discípulos, olhando-os nos olhos disse: “Não há mais tempo. Você olha pro pastel fritando e, quando ele tá quase dourando na gordura, você diz, ‘tá quase pronto’. Vocês não tem ideia! Já tem pastel queimando de velho. Já tá na hora de tirar o pastel da fritura”. Mantendo o olhar firme nos olhos de cada um deles, continuou: “Sabem por que? Porque antes de vocês passou alguém pondo o pastel para fritar. Você vai comer pastel que não preparou e vai ficar feliz. Digo para vocês irmãos, que a alegria de quem fez o pastel e não comeu é a mesma a alegria de quem comeu. Isto é o reino de Deus”.

O final desta parada é o seguinte: muitos samaritanos creram no Ungido porque ele profetizou acerca da mulher que eles conheciam. Como os caras eram legais, Jesus passou dois dias na vila. E daí muitos também começaram a crer nele. Os caras que antes malhavam a pobre coitada da mulher ficaram gratos, porque ela não agiu de forma egoísta como muito irmão por aí que, depois que conhece Jesus, excomunga da comunhão o cunhado cachaceiro.

Passou mais um tempo e Jesus partiu para a Galileia. Ele sabia que não é fácil convencer as pessoas mais chegadas, afinal o profeta não tem honra na sua própria terra. Tipo o Ronaldo Fenômeno, que fez teste no Flamengo e não foi aprovado. Jesus foi bem recebido lá na Galileia porque os caras viram o que ele tinha feito em Jerusalém. Afinal, bobo é o ovo que não fica em pé sozinho. Chegando em Caná, no local da festa de casamento (sim Jesus foi a uma festa de gente fora da igreja), ali morava um alto funcionário público. O filho deste cara tava doente (DENGUE MATA! Momento utilidade pública) lá na cidade de Cafarnaum. Sabendo que Jesus já estava na cidade, não demorou e foi procurá-lo. E suplicou a Jesus que fosse curar o seu filho, afinal o moleque tava muito mal. Jesus olhando para baixo, num sinal de desaprovação, disse balançando a cabeça (e era nítida as sobrancelhas levantadas numa cara de não tão bons amigos): “Tem base um negócio desses? Só vão acreditar em mim se virem os milagres.” O alto funcionário público, que não tinha nada com a paçoca, num gesto de desespero repetiu o pedido: “ Senhor, venha! Senão não vai dar tempo!”. Jesus respondeu “Pode ir que seu filho tá curado”. O cara creu e voltou para casa. E confirmou que foi exatamente na hora em que Jesus disse que o filho dele estava curado que o moleque sarou! E todo mundo da casa do funcionário público se converteu. Esse foi o segundo milagre de Jesus, não perca a conta!

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João 3

Numa noite, na espreita, um entendido de teologia (Nicodemos) que era conhecido na parada como o “cara” do conhecimento de Antigo Testamento, foi fazer uma visita pra Jesus. Ele disse: “Aí Nazareno, tô manjando a sua, segundo o meu entendimento o Senhor foi enviado pelo pai para ensinar a galera e o que prova são os seus milagres”. Jesus pôs as mãos no ombro do maluco e disse: “Véi, olha só, na boa. Você té que tentou. Mas na boa, na boa mesmo… não tem como dizer quem eu sou por diploma. Tem que experimentar. Não é só no blábláblá de teologia… é experiência véi… e bagulho é muito maluco… você tem que tipo começar do zero, nascer de novo, tá entendendo ou quer que eu desenhe?”.

Aí respondeu Nicodemos: “Ah, nem vem ô de Nazaré, pega leve, como é que é esse lance de nascer de novo? Tá maluco? O que colocaram na sua taça de vinho? Orégano? Para né?!!”.

Jesus abaixando a cabeça e olhando nos olhos do maluco disse: “Vou ter que desenhar né?! Não caiu a ficha ainda não, Nico? E você ainda vem aí pagando de dotô em teologia… o que tenho para dizer, presta atenção, porque vou dizer uma vez só… se você não crer, créu! Sacou? Não é teologia que vai te salvar, doido. É a fé. Tem que crêr. Tá ligado? A parada é sobrenatural!”. E continuou a bater a real para o Nicodemos: “O que vai acontecer com você é de dentro para fora. E é muito maluco, muito doido… rapaaaaaaiz, cê não tem ideia do quanto essa parada é siniiiiiiistra… o Espírito Santo, meu chapa, anda por aí sem dizer para onde vai e nem de onde vem. É livre, não tá amarrado numa teologia fechadinha que você aprendeu, saca?!”.

Aí Nicodemos, com a cara meio boiando, perguntou: “Que que isso tudo tem haver? Não tô entendendo nada”. Jesus, com as duas mão pro céu, respondeu: “Rapaz, você ainda diz ter diploma? Deve ter comprado, né não? Se eu tô te falando estas paradas e não crê, imagina quando eu te passar a fita do que tá acontecendo no céu… aí você vai pirar o cabeção!” Presta atenção maluco, eu vim do céu e vou voltar para lá, sabe por que?”. E disse Jesus com as duas mãos nos ombros do doutô Nicodemos:

“Porque eu sou o Ungido, aquele que Moisés anunciou e que vai libertar o povo de Israel. Vou morrer numa cruz para que todos possam ser libertos”.

Jesus deu uma pausa, olhou para o Nicodemos e perguntou: “Ei, cê tá me ouvindo? Tá me olhando com esses olhos e boca abertos por que? Fecha a boca aí senão vai babar em mim”. Virou-se então e limpou a mão na sua túnica e disse: “Pô, quanto fariseu maluco tem nessa cidade…”. Deu uns passos para frente e saiu olhando e balançando a cabeça em sinal de espanto.

De repente ele parou e chamou o Nicodemos para perto. Numa conversa de pé de orelha, explicou para o doutô: “Nico, olha aí velho. Meu Pai amou este mundo e decidiu salvá-lo. Tá ligado? Essa salvação só é possível pela minha morte. E se você ou qualquer outra pessoa crer, será salvo! Salvo maluco! Você imaginou algo assim? Salvo para sempre! Veja só Nico, tem que crer, aí você nasce de novo. Cara, você parece ser um bom senhor, barba aparada, roupa limpa, tem conhecimento… vai por mim, é só crer. Facinho assim. Até porque agora não é a hora de condenar ninguém, tá ligado? Agora é hora de salvar. Quem crer terá o céu, quem não crer, créu!
Jesus e a galera saíram de Jerusalém e ficaram por um tempo na Judeia. Pra passar o tempo, estavam batizando uma galera. João ainda não tinha ido pro xilindró. Tava batizando numa cidade de nome Enom, perto de Salim, porque ali tinha água sobrando. Foi aí que rolou uma treta com os discípulos de João, pois eles estavam falando que a parada de Jesus era mais style.

Aí os mané procuraram João para dizer que Jesus tinha aberto uma igreja, e que tava concorrendo com eles. Afinal todo mundo estava indo onde Jesus tava batizando.

João bateu uma real: “Olha só. Deus dá para cada um uma tarefa. A minha era anunciar que Jesus viria e eu já tinha batido a ideia de que isso aconteceria… Então fica na miúda cambada. Afinal, ele tem que crescer e eu diminuir. Manezada, ele veio do céu e eu sou da terra, é ruuuuim de concorrer com ele, afinal ele é o filho do Cara, do Boss”.

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João 2

Depois que passaram dois dias, Jesus e a sua mãe foram chamados para uma festa de casamento. Mas diferente do tal “os noivos receberão os cumprimentos na igreja”, resolveram dar uma big de uma festa com direito a poder levar os penetras. Pois é, igual àquela festa de igreja onde tem mais bocas do que recursos, acabou o vinho. A mãe de Jesus reclamou que o vinho acabou e pediu para Jesus dar um jeito. Sabe como é, um milagre aqui outro ali… que tal fazer o vinho brotar da água? Nessa Jesus responde pra mãe que ainda não era hora de sair do mocó. Mas sabe como é mãe, ela sempre tá disposta a mostrar foto feia, contar seus defeitos e mandar você fazer o negócio de qualquer jeito. A boa senhora manda o garçom cumprir exatamente o que o filho dela iria mandar fazer. Rapaz, os caras juntaram um monte de barril de 120 litros. De 120 litros malandro!

Encheram de água e záz-tráz, virou Vinho do Porto! Aí o noivo, que só tava pagando a conta, foi chamado pelo MC e ganhou um parabéns pela qualidade do vinho. Afinal, em festa com cunhado, se serve primeiro patinho. Picanha só no final, né não zezão?

Bom, a festa acabou e Jesus foi para sua casa. Passou um tempo até que chegou o dia das festas dos judeus na cidade de Jerusalém. Naquele dia, Jesus deu uma de rapa nos vendedores do pátio do Templo. E não adiantou gritar não, ele mandou a voadora. “É que fizeram da casa do pai lugar de negócio!” Fico aqui pensando se Jesus viesse agora, será que bateria na tia da cantina ou no pastor que explora na hora da oferta? Afinal, Jesus é a realização da profecia, que dizia que o desejo em ver a casa de Deus sempre em ordem seria o motivo da morte dele. Pois é, os discípulos lembrando isso muito tempo depois suspiraram um “Siniiiistro maluco!”.

Então, os judeus, cheios de mimimi, perguntaram pra Jesus: “Ae, ô do chicote na mão, qualé? Tá maluco? Você é da prefeitura? É do rapa? Pegou nossas coisas por que? Bebeu Corote? Se você tem essa autoridade de Deus então dá a prova aí, véi. Senão se manda maluco!”. Aí Jesus respondeu: “Se liga no milagre então, mané! Eu vou destruir este templo e em três dias eu levanto tudo de novo!”. Os caras então responderam: “Ah, tá maluco mesmo! Os caras levaram 46 anos para construir e olha que o pessoal garrou noite e dia e você diz que levanta em três dias? Ah doido, fecha a sua matraca!”.

Os caras só foram entender o que aconteceu depois que Jesus ressuscitou. Os “marcha lenta” dos discípulos não entendiam que Jesus estava falando dele mesmo.

Rapaz, depois da pá de milagres que Jesus fez, muita gente converteu o coração a Deus e começou a acreditar que Jesus era o Ungido. Mas sabe como é a parada de ser o Messias. Ele sabia exatamente o que passava no coração da galera. E sabia que tinha muita gente ali que era fake.