Na manhã do dia seguinte, todos os líderes religiosos das denominações mais influentes estavam lá pra unir forças, tentando pressionar as autoridades para que Jesus fosse morto. O amarraram e então o levaram pro governador, um sujeito chamado Pilatos.
Judas, percebendo a merda que havia feito, procurou os religiosos pra devolver o dinheiro que havia recebido. E lamentava dizendo: “Putz gente! Ferrei com Jesus! Bora destrocar esse negócio! Eu devolvo o dinheiro e vocês soltam ele vai!”. E os religiosos responderam: “Problema seu, palhaço! Combinado nunca é caro”. Judas ficou tão bodado, que jogou a grana pra cima dos caras e foi se matar. Os religiosos quando souberam do que rolou, aproveitaram a grana pra comprar um terreno na periferia pra enterrar os estrangeiros e indigentes. Tudo isso aconteceu igual o profeta Jeremias havia previsto no passado.
Chegando Jesus pra ser interrogado por Pilatos, já foi confrontado: “Então você é o rei dos Judeus, seu fanfarrão?”. E Jesus respondeu: “Você que tá falando”. E nem perdia tempo desmentindo as acusações dos religiosos, a ponto de Pilatos ficar intrigado e lhe perguntar porque não se defendia.
Na época da Páscoa era comum que algum dos presos recebesse perdão de sua pena. Pilatos, que não era bobo nem nada, pensou então em soltar Jesus, pois percebeu que não tinha razões concretas para o matar como queriam os religiosos. Então perguntou ao povo se concordavam com isso. O povo, pressionado pelos religiosos, gritava dizendo que não! Queriam que soltassem um pilantra que era bem conhecido na comunidade, chamado Barrabás.
A mulher de Pilatos, depois de uma noite inteira sonhando com essa história de Jesus, avisou seu marido para que não se metesse nessa furada, pois estava se sentindo incomodada. Pilatos ficou perturbado com isso e tentou de todas as maneiras contornar a situação, mas acabou cedendo à pressão dos religiosos. E dizia que não queria ser responsável por aquilo tudo. Mas o povo gritava: “Que as consequências da morte desse Jesus caia sobre nós e sobre os nossos filhos!” (dói no coração pensar que desde sempre o povo é burro, né? E tem gente que ainda acredita nesse papo furado de que a voz do povo é a voz de Deus).
Então Pilatos mandou soltar Barrabás e Jesus foi enviado pra ser crucificado (punição que na época só era usada para os piores bandidos, pois além de ser humilhante, envolvia uma dor insuportável).
No caminho pra crucificação, vendo que Jesus já estava bem debilitado pelo quanto havia apanhado, fizeram um sujeito chamado Simão carregar a sua cruz, até que chegaram no lugar chamado Gólgota. Ofereceram então uma bebida bem zoada pra tentar aliviar um pouco a dor, mas Jesus se recusou a beber.
Foi então preso na cruz com pregos. E tiraram par ou ímpar pra ver quem iria ficar com as suas roupas. Aí sentaram pra assistir aquela palhaçada toda. E fizeram também uma plaquinha que foi colocada no alto da cruz escrito “ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS”.
De cada lado de Jesus havia outros dois homens que também foram crucificados porque eram criminosos. Os que passavam pra assistir aquilo tudo zombavam dele. E gritavam: “Você não é o Cristo? Desce da cruz então! Se salva sozinho pra gente ver!”. Os religiosos também zombavam: “Salvou tanta gente e agora não consegue se salvar!”. De repente tudo começou a ficar escuro de maneira anormal para aquele horário. Perto do fim da tarde, Jesus gritou: “Deussssssss! Por que você me abandonou?”. E os que ouviram disso acharam que ele estava falando de Elias. Um dos caras deu vinagre para ele beber, mas os outros falaram para deixá-lo quieto pra verem se Elias vinha mesmo ajudá-lo.
Com outro grito sinistro, Jesus entregou a sua vida de vez. No seu Instagram, foi vista sua a última postagem: “#partiu #morte #crucificação #VoltoEm3dias”.
Naquela hora houve um terremoto fortíssimo e a cortina do Templo (que separava o lugar onde os homens não podiam entrar por causa de presença de Deus) se rasgou de cima pra baixo, mostrando que havia acabado esse lance separação entre o lugar santo e o resto do mundo. Túmulos também foram abertos com o terremoto e alguns mortos que eram homens verdadeiramente fiéis a Deus ressuscitaram. A galera se borrou toda quando começou a ver esses caras andando pela cidade. Mas não era “The Walking Dead”. Os caras tavam vivos mesmo!
O guarda que vigiava Jesus, junto com os religiosos, vendo tudo que aconteceu se mijou todo. E dizia: “Caraaaaaaaaaaaaca! Matamos o filho de Deus!”. As mulheres que acompanhavam Jesus durante suas peregrinações assistiam tudo de perto. Inclusive a mãe de Jesus.
Um seguidor de Jesus que era rico chamado José (natural de Arimatéia) pediu pra Pilatos liberar o corpo pra fazerem o enterro antes da Páscoa. Tendo recebido autorização, prepararam então o funeral. Enrolaram o seu corpo num lençol fino e limpo e o colocaram num túmulo novinho que havia sido feito numa pedra. As mulheres estavam desoladas e ficaram ali na porta do túmulo por um bom tempo.
Os religiosos, se lembrando que Jesus havia dito que iria ressuscitar depois de três dias, colocaram então guardas na porta da caverna pra evitar que alguém roubasse o corpo e saísse dizendo que ele tinha mesmo revivido.
Daquele dia em diante os guardas fecharam o túmulo bem fechadinho e instalaram uma guarita 24h, com câmeras de segurança e uma cancela na porta.