Terminando de contar todas estas histórias, Jesus foi lááááá pro final da Judeia, pra lá do rio Jordão (acho que Judas perdeu suas botas aí, surgindo a famosa expressão). Um monte de gente ia junto, tipo quando o Forest Gump resolveu correr. Jesus resolvia todos os problemas de saúde da galera na maior facilidade.
Aproveitando a oportunidade, os religiosos foram chegando de mansinho e sentaram bem de frente os pés de Jesus. E cutucavam: “Pode um homem se separar da sua mulher porque encheu o saco de ficar com ela? Agora fazer divórcio no cartório é rapidão… e é baratinho!”. Jesus já respondeu destruindo qualquer esperança dos pilantras que entram em um relacionamento pensando na possibilidade de se divorciar: “Vocês foram feitos homem e mulher. E o propósito disso era que o homem saísse da casa de seus pais e se unisse com a mulher, formando uma nova família e sendo os dois vistos por Deus como uma só pessoa. Galera… não separem o que Deus juntou!”. E os religiosos argumentavam: “Mas Moisés autorizou a gente a pedir divórcio…”. E Jesus respondeu: “Moisés permitiu que isso fosse feito porque o coração de vocês é uma pedra. Mas não foi pra isso que Deus os fez! E pra piorar as coisas, já vou avisando que quem largar o casamento e arrumar outra pessoa, tá em traição. A não ser, é claro, em caso de chifre, com sexo envolvido. Quem se relaciona com a pessoa que foi abandonada, no caso de não ter havido chifre, também é igual quem trai”.
Os discípulos, malandros que eram, pensando que bom mesmo seria trocar de mulher a cada 200 mil Km rodados, comentaram: “Pô Jesus… então nem rola casar! Temos que aguentar aquela bucha a vida inteira?”. Disse então Jesus: “Vou explicar coisas que só quem tem permissão divina vai entender: tem gente que nasce sem pinto. Tem gente que tem o pinto cortado por outras pessoas. Mas tem outros, que cortam até o próprio pinto se necessário por causa do reino de Deus. Quem tem estrutura emocional pra aguentar isso, que aguente!”.
Uns meninos que foram trazidos pra perto tentaram chegar bem ao lado de Jesus, mas os seus seguidores tentaram segurar a molecada. Aí Jesus já esculachou com a galera de novo: “Deixem a molecada chegar, pô! O reino dos céus é deles”. E abraçou a molecada toda antes de ir embora.
Chegando um playboyzinho perto de Jesus, puxava saco dele: “Bom meeeestre… o que eu preciso fazer pra descolar essa tal vida eterna, heim?”. E ele respondeu: “Pode parar com a adulação. Bom é o pai, eu sou bonzinho. Mas tipo, se quer curtir a balada da vida eterna, obedece os mandamentos”. E o playboy retrucou: “Que mandamentos?”. Jesus continuou a bordoada: “Não mate, não roube, não minta, não pegue a mulher (ou homem) de ninguém, respeite seus pais e ame as outras pessoas como se elas fossem você mesmo”. O playboy então respondeu: “Qualé Jesus… eu sempre fiz isso aí tudo. Se tem um cara bom nessas paradas, sou eu! Que mais eu preciso fazer?”. E Jesus soltou o Hadouken final: “Se você quer ser ‘o cara’, então vende tudo o que tem e dá pra quem não tem nada. Faz a diversão dos pobres, mano! Aí vem viver comigo, nessa nossa vida loka”. Aí o cara abaixou a cabeça e saiu de fininho, pois era rico pra caramba e sentiu pena de se livrar dos carros, empresas, fundo de ações e do apartamento na praia.
Jesus continuou esculhambando: “É mais fácil ganhar uma briga do Chuck Norris do que entrar gente rica no céu!”. Os discípulos já ficaram alvoroçados com essa conversa: “Vixi! Então quem vai conseguir ser salvo? Tamo perdido!”. E Jesus ensinava: “Se salvar é realmente impossível. Mas relaxem, porque Deus pode fazer qualquer coisa”.
Pedro fez questão de perguntar qual o futuro deles mesmos, só pra se prevenir. E Jesus explicou: “Vocês que largaram tudo pra serem meus seguidores, vou garantir umas cadeiras estilosas no céu, pra julgarem as doze tribos de Israel. Quem deixou as coisas materiais ou a família por minha causa, vai receber cem vezes mais no céu (menos sogra, claro), além da vida eterna. Mas prestem bem atenção no que vou falar: tem gente que vai chegar depois e vai entrar primeiro. E muitos que chegaram primeiro vão ficar no final da fila!”.